sábado, 30 de abril de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Índio dos Pampas
Os índios, donos da terra,
pelos brancos foram lesados,
espanhóis, portugueses, em guerra,
inocentes massacrados.
Nesta terra misssioneira,
os "bugres" aqui viveram,
a erva mate campeira
para os brancos também perderam...
( ... )
Assim, perdeu-se a memória
de um povo grande e altivo,
vergonha de nossa história,
mortandade sem motivo.
Do Planalto até a Fronteira
sua gente decresceu.
Onde está a raça altaneira
que nosso Rio Grande esqueceu?
Denis Lopes
domingo, 17 de abril de 2011
Múltiplas Mulheres
Mulheres que amam
seus gestos proclamam
o seu jeito de amar.
Mulheres que trabalham,
com força batalham
para o sustento do lar.
Mulheres que ensinam
com inteligência
e inata ciência
de saber educar.
Mulheres que rezam
com fé e fervor,
implorando amor
e um mundo de paz.
Mulheres que sofrem,
caladas por vezes,
enfrentando revezes
que a vida lhes traz.
Múltiplas mulheres
de diferentes culturas,
de distinta existência,
mas com a mesma bravura,
e mesmos ideais,
porque na essência,
somos nós, mulheres,
todas iguais.
Irene F. dos Santos
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
Fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Tenho fases de ser tua,
Tem outras de ser sozinha
Fases que vão e que vêm
No secreto calendário
Que um astólogo arbitrário
Inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
Não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
O outro desapareceu.
Cecília Meireles
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Os Poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechar o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mário Quintana
Breve momento, após comprido dia
de incômodos, de penas, de cansaço,
inda o corpo sentir quebrado e lasso
Posso a ti me entregar, doce Poesia!
Desta janela aberta à luz tardia
Do luar em cheio a clarear o espaço,
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo,
Na transparência azul da noite fria.
Chegas. O ósculo teu me vivifica,
Mas é tão tarde! Rápido flutuas,
Tornando logo à etérea imensidade.
E na mesa a que escrevo apenas fica
Sobre o papel _ das tuas _ asas
Um verso, um pensamento, uma saudade.
Alberto de Oliveira
domingo, 10 de abril de 2011
Nel mezzo del camin...
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha
Tinhas a alma de sonhos povoada,
e a alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa a minha
A tua mão , a vista deslumbrada.
Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.
Olavo Bilac
sábado, 9 de abril de 2011
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.
e assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive)
que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
De repente do riso fez-se o pranto
silencioso e branco como a bruma
e das bocas unidas fez-se a espuma
e das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
que dos olhos desfez a última chaga
e da paixão fez-se o pressentimento
e do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
fez-se de triste o que se fez amante
e de sozinho o que se fez contente
fez-se de amigo próximo o distante
fez-se da vida uma aventura errante
de repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
sexta-feira, 8 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
POEMAS PARA LER E REFLETIR
Estes poemas, abaixo, fazem parte dos textos selecionados que uso em sala de aula. Quero dividi-los com vocês.
Naquele espaço
de verde
e ver-se,
pombos e patos
compartilhavam
de lago e céu.
Pombos pousavam
sobre telhados,
patos patavam
água e escarcéu.
Homens chegaram
Com sua indústria
de fome e fogo.
secaram lagos,
mataram verdes,
jogaram dados
de sorte e morte.
Quando suas armas
cumprirem sina
de destruição,
verdes de ver-se,
pombos e patos,
ainda serão?!
Maria Dinorah
VERDES E VOZES
Escutem as vozes
no meio dos ramos
sabiás, tico-ticos,
pardais, gaturanos...
Escutem dos rios
os risos chegando,
das águas correndo,
das pedras cantando!
Escutem os grilos
crilando seresta nos vãos das janelas
das horas em festa!
Escutem! Escutem!
Com pressa e vagar!
Há monstros humanos
fazendo-os calar!
E se eles calarem
num frio de repente,
quem vai pintar sonhos
nos sonhos da gente?!!
Maria Dinorah
Aqui não há mais pássaros nem peixes.
Os defuntos são enterrados sem flores.
E nossos corações também secaram.
Não temos mais amor.
Ao anoitecer, nossas sombras deixam de rastejar
no chão duro que cega as enxadas
e olhamos com rancor o céu estrelado.
Mas fomos nós que derrubamos as florestas e secamos o rio.
Este deserto já foi nosso reino.
Ledo Ivo
SUBSTITUIÇÃO
No meu prédio
compraram a área da frente,
toda arborizada,
para enfeitar a entrada.
depois, acharam bobagem,
destruiram a paisagem,
e a transformaram em garagem.
Em compensação, porém,
por amor à ecologia,
puseram, no mesmo dia,
papel pintado no hall,
onde se vê sob o sol,
em nuances coloridas,
lindas árvores floridas...
Leila Micollis
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Nossa canção
Os poemas
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechar o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E, olhas então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mário Quintana
Soneto de fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesarou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angustia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem se ama
Eu possa me dizer do amor que ( que tive ) :
Que não seja, imortal posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
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