sexta-feira, 25 de junho de 2010

Poema à boca fechada Não direi: Que o silêncio me sufoca e amordaça. Calado estou, calado ficarei, Pois que a língua que falo é de outra raça. Palavras consumidas se acumulam, Se represam, cisterna de águas mortas, Ácidas magoas em limos transformadas, Vaza de fundo em que há raízes tortas. Não direi: Que nem sequer o esforço de as dizer merecem, Palavras que não digam quanto sei Neste retiro em que me não conhecem. Nem só todos se arrastam, nem só lamas, Nem só animais boiam, mortos, medos, Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam No negro poço de onde sobem dedos. Só direi, Crispadamente recolhido e mudo, Que quem se cala quando me calei Não poderá morrer sem dizer tudo. José Saramago (De " Os Poemas Possíveis", 1966) José Saramago colocou nosso idioma no mapa-múndi da melhor literatura contemporânea. " Sou um sobrevivente num tempo de mudanças, dentre as quais nem todas são boas. Sou um sobrevivente por ter conseguido manter alguns valores éticos . Venho de um tempo anterior e sou alguém que mantém , ou pelos menos esforça-se por manter , uma coerência em relação aos princípios pelos quais sempre orientou-se." ( 1922 - 2010 )

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